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Mas eu sou como uma oliveira que floresce na casa de Deus; confio no amor de
Deus para todo o sempre. Salmo 52:8

domingo, 31 de outubro de 2010

Reflexões na sala de espera



Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria! Sejam amáveis com todos. O Senhor virá logo. Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido. E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. Filipenses 4:4-7


Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco. Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação. Filipenses 4:12-13



Hoje levamos a Vitória para fazer alguns exames de sangue e urina. Na verdade há mais de um mês estava para fazer estes exames, mas cada hora havia um empecilho. Precisava levá-la em jejum e isso dificultava um pouco mais a tarefa. Hoje finalmente acordamos mais cedo, levei os ingredientes para sua mamadeira na bolsa e lá fomos nós. Como ela está com os braços bem fofinhos, foi um pouco difícil encontrar sua veia para tirar sangue. Graças a Deus havia uma enfermeira maravilhosa que conseguiu de primeira - teve que cutucar um pouco a agulha lá dentro a procura da veia, mas foi uma picadinha só. A Vitoria chorou um pouquinho, mas, como sempre, foi forte e muito madura, aguentou firme. Bem, a urina foi um pouco mais demorada. Foi preciso colar um saquinho coletor por dentro da fralda e esperar. Fomos para uma sala muito confortável, com poltronas reclináveis, demos o leitinho dela e esperamos.  E nada. A técnica veio trocar o saquinho coletor depois de algum tempo. Nada. Deixamos ela dormir. E nada. A acordamos. Nada. Tive a ideia de fazer uma massagem na sua barriguinha. A técnica trouxe uma luva com água morninha para ver se o quentinho a estimulava a fazer xixi. Tomamos café. Comemos bolachinhas. Assistimos televisão. Tomei mais café. E nada. Acho que ela estava pensando: quando tirarem este plástico esquisito de dentro da minha fralda eu faço xixi sossegada. A técnica deu a ideia de molhar suas mãozinhas com água fria. Já era vinte pra meio-dia e a coleta encerraria ao meio-dia. Se ela não fizesse xixi, teríamos que voltar outro dia. De repente dou uma espiada e lá estava o precioso líquido amarelinho depositado no saquinho coletor. Ufa! Depois de mais de três horas, até que enfim fomos  pra casa!

Algo interessante é que neste mesmo laboratório fiz alguns exames durante a gravidez. Foi lá que vi a Vitória pela primeira vez, quando fiz o ultrassom que confirmou sua existência. E pela primeira vez ouvi seu coração valente e percebi que ela era única e insubstituível. Os exames mais difíceis não foram feitos lá, mas em outros laboratórios especializados em medicina fetal. Quando percebemos que nenhum especialista ia mudar nada, na verdade estavam mais atrapalhando do que ajudando, voltamos a fazer os exames do fim da gravidez neste mesmo laboratório, onde finalmente os profissionais era mais imparciais e respeitavam nossa decisão. Quanta coisa mudou desde então. Lembro-me da nossa apreensão na sala de espera. O quanto era preciso olhar para Deus o tempo todo. Tinhamos muitos motivos para chorar, mas a Vitória estava ali conosco e por isso sorriamos e nos alegrávamos pelo nossa esperança em Deus. Agora com muito orgulho entrei lá com a Vitória em meus braços. Uma criança viva, saudável, feliz e linda. Com muita alegria ouvimos ela ser chamada: Vitória de Cristo. E lá vamos nós com nosso prêmio nos braços. 
 
Outra coisa interessante que refleti é que houve épocas em que ela precisava colher estes exames quase que diariamente no hospital. Hoje algumas pessoas comentaram: pobrezinha, vai ter que colher sangue... sem nem imaginar quantas vezes ela já teve que colher sangue na sua tão jovem vida. Isso tudo foi antes de a trazermos para casa. Foi quando ela nasceu e ficou morando por cinco meses em uma UTI. Sim, ela ainda passou mais tempo da sua vida no hospital do que em casa. Era um stress. Ficávamos ansiosos agrardando o resultado. Será que a infecção está controlada? Ela está com anemia de novo? Que decisão a pediatra vai tomar? Às vezes ela passava o dia meio ruinzinha e a pediatra pedia um hemograma. Em quinze minutos a moça do laboratório aparecia com seu kit fura bebê. Geralmente a picada era na mãozinha. Ela brigava um pouco mas logo esquecia. Em cerca de duas horas lá estava o resultado na nossa sala. Logo a pediatra vinha ver e se fosse necessário já fazia a prescrição.  Então em poucos minutos já puncionavam o acesso para a medicação, ou para o concentrado de hemácias que corrigiria a anemia. Tudo acontecia muito rápido. Tudo era urgente. Cada dia era um novo desafio. Convivíamos com a vida e com a morte pelos corredores. E sempre buscamos encontrar a vida. Graças a Deus agora podemos levá-la com tranquilidade para fazer os exames de rotina e ficar tranquilos quanto ao resultado. Graças a Deus aquela fase passou. Lembro-me que muitas vezes pedi a Deus que não fosse mais necessário fazer todos aqueles exames. Que os resultados mudassem inesperadamente de um dia para o outro. Que conseguissem puncionar um acesso de primeira sendo que sempre eram necessárias várias tentativas. Muitas vezes parecia que minhas orações eram inúteis, e cheguei a pensar se Deus realmente estava ouvindo. Eu queria vitórias milagrosas mas Deus estava permitindo que houvesse vitória por meio de luta. Mas Ele estava ouvindo - com seu caderninho anotando atentamente cada palavra das nossas orações. Ele nos fez esperar um pouco, enquanto nos ensinava muitas coisas preciosas que jamais esqueceremos, lições que agora são valiosos tesouros guardados nos nossos corações. E quando menos esperávamos, Ele estava lá a nossa espera para nos encontrar. Naqueles corredores encontramos Jesus. Como é sentir a dor de ver um filho sofrer, de ver seu filho quase morrer, de querer salvar seu filho, de esperar e esperar em amor - agora temos algo muito em comum com Deus. Nunca mais seremos os mesmos.



Dois pais de primeira viagem, meio atrapalhados com as bolsas, mantas, fraldas e nossa bebezinha que já está bem pesadinha. E como nos sentimos alegres e orgulhosos. Não somos mais aquele mesmo casal que alguns meses atrás aguardava naquela mesma sala de espera com um bebê na barriga - um bebê que ninguém podia dizer que iria estar lá alguns meses depois. O que mais vocës vão falar sobre minha filha? Quantas vezes terei que ouvir que ela não pode viver? 
Não somos mais os mesmos. Nós conhecemos a dor de ver nossa filha sofrer e a alegria de vê-la sendo sustentada por Deus. E de ser curada por Deus. Nós atravessamos o fogo, andamos sobre águas profundas, aprendemos o que é sentir-se totalmente impotente diante da fragilidade desta vida, diante das aflições deste mundo. Mas também aprendemos o que é ter nossas lágrimas enxugadas por Deus. Descobrimos que servimos e adoramos a um Deus verdadeiramente vivo, que faz coisas impossíveis e grandes maravilhas. Aprendemos o que é ser feliz -  e não tem nada a ver com as circunstâncias desta vida, com situação financeira favorável, com ter nossas vontades satisfeitas. Aprendemos o que é de fato paz. E não tem nada a ver com saúde, com perfeição, com ausência de preocupações e problemas. Não somos mais aquele jovem casal esperando uma gravidez incerta, com uma menininha que provavelmente vai morrer. Não somos mais um casal que precisa ir todo dia a um hospital para estar com sua filha que está lutando para sobreviver. Agora somos um jovem casal meio atrapalhado em meio a bolsas, carrinho e cadeirinha saindo com sua primeira filha nos braços para passear. 

Não somos mais especiais do que ninguém - como as pessoas insistem em dizer (filhos especiais para pais especiais...), apenas entendemos que cada ser humano é extremamente importante para Deus - tanto a Vitória, como nós, como vocês. Um casal que conheceu a graça e a misericórdia de Deus, e agora tenta dividir isso com alguém. Buscamos amar nossa filha com a mesma entrega e intesidade com que temos sido amados por Deus. E, sim, ainda somos um jovem casal inexperiente meio atrapalhado com bolsas, mantas e fraldas carregando sua primeira filha com nove meses de vida nos braços, percebendo olhares curiosos, às vezes compassivos de quem nota que ela é diferente. Sorrimos um para o outro e pensamos: só pode entender a nossa alegria quem entende um pouco sobre o amor de Deus.





sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Visita da vovó Alice

 Há duas semanas a vovó alice veio passar alguns dias conosco.

 Foi um tempo muito gostoso e divertido.

 Ela ajudou muito a mamãe a cuidar da Vitória






Foram dias super intensos: ela aprendeu a dar a mamadeira

a dar almoço pra Vitória - nem sempre é uma tarefa fácil...

 socorro, eu não quero comer isso!


Mas com muito amor e paciência...

ela come direitinho!

pra ficar forte e crescer

e depois tirar uma sonequinha no colo da vovó...
 
Saímos para passear de carrinho numa manhã bem bonita...

A vovó deu banho na Vitória (ela já está bem pesadinha, com sete quilos!)

 
brincamos

Foram dias muito especiais.

Que saudade da vovó...

Obrigada pela visita e por cuidar de mim. Eu te amo muito vovó!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Novos amigos, velhos amigos, muitos amigos!

Somos muito gratos a Deus, que tem nos presenteado com tantos amigos queridos. Alguns são amigos que acabamos de conhecer e já expressam tanto carinho por nossa família. Outros são amigos de longa data. Alguns, mesmo estando um pouco distantes, não se esquecem de nós e fazem questão de vir conhecer a Vitória na primeira oportunidade. Este post é dedicado a agradecer nossos amigos queridos que tanto têm nos apoiado nesta fase de nossas vidas, e registrar suas visitas tão especiais. Muito obrigada!


Alguns amigos que o papai conheceu no trabalho vieram em caravana lá da zona leste para conhecer nossa amada Vitória. Foi uma tarde maravilhosa na companhia deles. Especialmente agradecemos as ´tias´ Letícia e Vivian que sempre deixam comentários tão carinhosos aqui no blog, e ao carinho de todos!
  
Da esquerda para direita: Rafael, papai e mamãe, Larissa, Letícia, Vivian, Vitória dormindo no carrinho, Didi


Os tios Luis e Fernanda se mudaram para a Africa no final do ano passado em uma missão cristã. Eles estiveram bem próximos de nós durante a gestação, oraram e jejuaram junto conosco pela vida da nossa filha, mas não estavam mais no Brasil quando a Vitória nasceu. Neste mês de outubro eles vieram passar uns dias aqui em São Paulo e atravessaram a cidade numa noite chuvosa e com trânsito para conhecer nosso pequeno milagre. Muito obrigada! 
 
Tia Fernanda e sua mamãe Angela, que também veio conhecer a Vitória

  

A tia Angela e o tio Henrique conheceram a Vitória quando foram almoçar junto conosco no último feriado. Eles foram muito amorosos em nos visitar na maternidade logo que a Vitória nasceu. A tia Angela também foi nos visitar no hospital na manhã em que a Vitória foi operada, orou junto conosco e nos encorajou. Muito obrigada!



O tio Cedotti é um amigão nosso. Ele foi nos visitar inúmeras vezes no hospital quando a Vitória estava internada. No fim-de-semana que antecedeu a cirurgia dela, ele nos recebeu na sua casa, com toda sua família, para orarmos para que tudo corresse bem com a Vitória durante a operação. Ele nos visitou semana passada e saiu conosco para passear de carrinho. Muito obrigada!



Os tios Mauro e Kety também são muito especiais. Eles estava nos apoiando no dia do chá de bebê da Vitória. Eles também fizeram algo muito especial quando a Vitória estava internada: doaram sangue para ela. Eles vieram de Cotia (cidade vizinha a São Paulo) para nos visitar no último sábado. Muito obrigada!


 Agradecemos muito a visita de todos vocês!

Algumas pessoas que vieram nos visitar e estiveram conosco nos últimos tempos não estão nesta postagem. Por favor, não fiquem tristes! A mamãe não tem tido muito tempo para escrever aqui no blog, e infelizmente perdeu algumas fotos da máquina quando formatou sua memória sem querer, mas nenhum de vocês será esquecido. Aguardem!

domingo, 24 de outubro de 2010

Meu velho amigo gesso - argh!

Valeu a pena a nossa ´despedida´ da perna sem gesso, pois nessa última quarta-feira ela recolocou o gesso e ficou bem incomodada. O ortopedista disse que ela está respondendo muito bem, e talvez mais três semanas com gesso sejam suficientes para corrigir seu pezinho. Depois ela terá que usar uma botinha por mais algum tempo para dormir, apenas para manter o pé na posição correta, pois a tendência é o pé querer voltar à posição antiga. Isso nos animou bastante.


Mas este último gesso foi bem doloroso para ela. Na noite de quarta para quinta ela não conseguia dormir. Tive que colocá-la na nossa cama, abraçá-la e segurar a chupeta para ela, e então ela conseguiu relaxar e dormir um pouco. Mas acordava várias vezes durante a noite, e só parava de chorar no colo. Sei que isso não é manhã, pois ela não costuma ter esse comportamento. Ela estava realmente incomodada. Passei a lhe dar remédio para dor a cada seis horas. O médico também orientou a fazer bastante alongamento nos dedinhos e deixar a perna para cima para ajudar na circulação, uma vez que está imobilizada. Isso se repetiu quinta e sexta, e ficamos nos revezando para cuidar dela à noite. Estava a ponto de tirar o gesso como da outra vez. Mas como não notamos inchaço nem vermelhidão nos dedos, e na sexta ela parecia um pouco melhor, decidimos esperar mais um dia. E hoje pela manhã, finalmente, ela conseguiu se alimentar e dormir bem, e pude suspender o remédio para dor.

Nosso desejo de corrigir seu pezinho torto vai bem além da estética. Acreditamos que isso será muito importante para o seu desenvolvimento, e por isso estamos permitindo que ela sinta um pouco de dor e incômodo por algumas semanas, para que depois, com os dois pés retinhos, consiga engatinhar e andar – algo que ela tem muita vontade e sei que se sentirá muito feliz ao conseguir. E acreditamos que ela vai conseguir!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma bela tarde ensolarada

Depois de muitos dias de tempo incerto, hoje fez uma linda tarde de sol, e pudemos passear bastante pelo condomínio, depois brincamos nos nossos tapetinhos coloridos, e então a nossa pequena jantou e tomou banho - ainda fazia sol lá pelas sete horas, por causa do horário de verão. Foi um dia agradável e divertido.

Amanhã ela recoloca o gesso, então foi uma "despedida" de perna sem gesso, só por algumas semanas, se Deus quiser. Como já está tarde, não há tempo para dizer muita coisa, mas ainda bem que Deus sempre tem algo a nos dizer, então deixo alguns versículos da nossa caixinha de promessas com algumas fotinhos frescas.
Beijos a todos.





Bendito seja o Senhor, pois mostrou seu maravilhoso amor para comigo quando eu estava numa cidade cercada. Amem o Senhor, todos vocês, os seus santos! Sejam fortes e corajosos, todos vocês, que esperam no Senhor! Salmo 31:21; 23a; 24


A minha mão o susterá, e o meu braço o fará forte. Salmo 89:21





Mais poderoso do que o estrondo das águas impetuosas, mais poderoso do que as ondas do mar é o Senhor nas alturas. Salmo 93:4



O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor dá ao seu povo a bênção da paz. Salmo 29:11




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